quarta-feira, 24 de março de 2010

Cesariny


«O labirinto das relações entre os argonautas da aventura surrealista em Portugal, com minotauro e tudo, precisa ainda de ser devidamente desafiado e conhecido para desde esse cruzamento de caminhos e de “estórias” mais ou menos particulares podermos acabar de perfilhar a história - isto é, de re-escrever o romance da intervenção surrealista no interior dos muros daquele Elsinor do Reino da Dinamarca pintado a gris-concreto e vermelho-sangue na ponta mais ocidental da Europa no tempo em que todos os aventureiros ainda faziam anos. Muitos deles já largaram o cais, juntos no mesmo barco e para uma mesma viagem e todos já esquecidos das histórias de grupos e polémicas. O Mário (Cesariny) foi embora atrás da sombra do outro Mário (de Sá-Carneiro), os dois sem jeito para o negócio, e hoje, Novembro de 2009, queremos no Centro de Estudos do Surrealismo e através da editora que foi também a sua casa (con)celebrar o terceiro aniversário da sua morte com mais uma publicação - lembrança e homenagem - que desta vez recolhe alguns dos textos que Mário dedicou ao que foi protagonista principal do seu território afectivo, mesmo depois de colocarem ambos distâncias e fronteiras à paixão. Como paixão lembrou Cruzeiro Seixas sempre - e me lembrava mais uma vez há pouco o seu relacionamento com Mário Cesariny, uma paixão rendada com fios de admiração e de entusiasmo que às vezes acabavam por desenhar figuras de afastamento e crítica mais ou menos explícita. […]»
Fnac

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